domingo, 6 de novembro de 2011

A LÓGICA DO VENTO E DO ESPÍRITO

Sem mais nem menos
você soltou,
“foi mais fácil para a humanidade
perceber o vento, a folha
da palmeira balançava,
a palmeira não produz movimentos
próprios,
ou pelo menos movimentos próprios
ao alcance da visão humana,
a lógica apontava
para algum fator externo
responsável por seu balanço,
alguma coisa que não se via,
mas existente, balançava a folha da palmeira,
era mais fácil acreditar nisto,
em algo invisível balançando
a folha da palmeira do que
na palmeira produzindo seus próprios
movimentos como uma pessoa
num adeus,
ao fator responsável pelo movimentos
da folhas da palmeiras e também dos
moinhos e também dos cabelos
compridos deu-se o nome de vento,
já com o espírito foi mais difícil,
( a ordem das casas da rua
neste instante parecia incorruptível)
não havia nenhuma folha de palmeira balançando
no corpo do homem,
não havia nenhum movimento
que pudesse presumir o fator
que o produzisse,
todos os movimentos se davam no interior,
no interior”, você diz
aumentando o corpo das letras da afirmação
aponta para si mesmo
como se o exterior fosse o interior,
logo você concluiu
pude ver
fogos de artifício saindo do em torno
de um letreiro de neon
onde se lia ”o espírito é mais invisível
que o vento”,
só não entendi porque você não
iniciou sua exposição
pelo fim
teria entendido perfeitamente,
teríamos feito o restante do trajeto
num nada desprezível
silêncio.

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