domingo, 6 de novembro de 2011

MOTO BOY

Centro de Sampa,
Um moto-boy
retira do bagageiro
Um cartaz amassado :

_Vem , acredita.
A moça duvida
A vida tem pressa
Ela não para

Não está nem aí.
A mina avança
Na Paulista,
Ela procura um

amor de verdade,
Um amor que não seja apenas
Sacanagem,
Sincero,

Um amor que dispensasse
ultrapassagens,
competições bobas
em pleno trãnsito, pegas,

queria só um amor que a pegasse,
de verdade,
sem precisar de subsídios outros que não
fosse um bom beijo na boca,

que não fosse só sacanagem,
saca, um aperto, um amasso
que não fosse só sacanagem
um convívio,, comunhão,

um amor que não produzisse ,
tanta fumaça tantos poluentes.
Em meio ‘a tais exigências,
A moça passou batida

Pelo segundo cartaz:
_Vem , acredita,.
Deu de ombros,
Nem era com ela,

Queria tão rápido o amor,
Que nem percebeu ele chegando no retrovisor.
Talvez por sua idéia de amor meio retrô,
Ela não acreditasse ser possível,

Que ele aparecesse aqui,
Em pleno 2010.
_Vem, acredita
_Vem, acredita
_Vem acredita

Surgiam moto-boys
Por todo lado
Marimbondos marombados
Ferrões moribundos


Ela acreditava
Que amor-perfeito
Era mais que uma flor
Ela acreditava

Que vida bela
Não era só coisa de novela .
De tanto duvidar da vida
Ela não via a dádiva.

Mas aí não teve jeito.
Olhou para cima e viu o princípio.
O princípio bastou,
E subiu.

Na pele prateada
Do caminhão
Estava tatuado
Um coração.

Parece até bobagem,
Mas ela não queria
Só sacanagem.

Ela olhou para cima
E viu o princípio.

Janis Joplin era seu apelido
E isto também estava escrito
Na pele do caminhão.


Na pele do princípio
Havia um Charlie Chaplin.

Rimavam a menina
Que tinha o apelido de Janes Joplin,
E o princípio que tinha um tatoo
Do Charlie Chaplin.

Ela se lembrou de Tempos Modernos
E já estava achando que aquela
Estória estava mesmo com algumas
Engrenagens camufladas.

Ela subiu no caminhão
Apoiada pelas
Mãos de 15 moto-boys.
Não disse nem oi.

Beijou o princípio
Viu estrelinhas
Ouviu sininhos
E tudo era mais ou menos como tinha
Sonhado.


Só que agora era realidade.

_ Como é que você armou
Tamanha revolução?

-Eu não armei.
Só amei.
Nunca duvide do coração
De um moto-boy.

O princípio já era
Príncipe

Enjoy,baby,enjoy.






MUDADA

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